Lotús Azul (Hyde Fanfic)

Capítulo 1

Ano:2125

Local: Prisão de Segurança Máxima do Governo.

Localização Geral: Euroásia.

Localização Específica: Confidencial.


O que é que esta prisão tem de tão diferente de todas as outras, vocês poderão perguntar. Então deixem-me que vos esclareça. Esta prisão serve para manter todas as pessoas que são contra o actual governo encarceradas. Por outras palavras, manter a população em geral afastada das ideias de rebelião contra a ditadura.

Que ditadura é que eu estou a falar? Eu estou a falar da ditadura que foi imposta após a grande catástrofe ambiental de 2075 que devastou todos os países costeiros, quase, por completo. A Nova América, que corresponde aos antigos Estados Unidos da América, é constituída pelos estados do interior, ou seja, os antigos E.U.A. estavam reduzidos a metade e deixaram de existir Estados para passarem a regiões. O México desapareceu por completo deixando um mar a separar a Nova América da Latina, o novo país que se formou a partir da junção de todos os países da antiga América Latina, que tinham sobrevivido à catástrofe. A antiga África não passava, agora, de pequenas ilhas onde, antigamente, existiam os países interiores e quase desérticos, e que agora eram todo menos deserto. Do antigo continente da Oceania sé restava metade da Austrália que manteve o nome, apesar de ter um pouco dos outros povos que faziam parte do continente. Em relação à Europa e à Ásia, os dois continentes juntaram-se a formar um único país, pois os países que tinham mais relevância económica, tinham praticamente desaparecido todos, apesar de terem conseguido salvar grande parte da população desses países.

Voltando à questão da ditadura. Após os dois continentes se terem juntado, teve de se formar um governo que conseguisse juntar várias nações, com costumes muito diferentes, debaixo de uma só bandeira e que conseguisse que o povo escapasse à pobreza e miséria estrema com uma medida económica que desse para sobreviver e mais tarde prosperar.

Ou pelo menos essa foi a campanha política que o actual governo fez para conseguir os votos de todas as pessoas. E conseguiram-no, de tal maneira que a Euroásia se tornou na primeira e, de momento, única potência mundial após a catástrofe. Apesar de haver muitas diferenças culturais a Euroásia uniu-se mais rápido que a Nova América, que antes da catástrofe era a primeira potência mundial, só que após a catástrofe, eles estavam a ter dificuldades em unirem o resto dos estados.

Isto assim dito até parece muito bonito e parece que as pessoas na Euroásia estão a viver muito bem. Aí é que está o problema. Como todos os governos de poder centralizado, com um grande país para governar - e acreditem que apesar de tudo este país era bastante grande, agora já não me lembro quais são os limites, em comparação com os países ante-catástrofe - havia partes em que as pessoas viviam bem - normalmente eram as grandes cidades à volta do palácio governamental, que eram apenas cinco - depois havia as zonas rurais que existiam para produzir os alimentos para o resto do país, e mais alguns para exportarem, e depois existiam as pequenas cidades que pouco ou nenhum patrulhamento policial tinham.

Nessas pequenas cidades só havia uma lei: "A Lei de Mais Forte", morrer ou matar. E era dessas cidades que apareciam a maior parte dos grupos da resistência que se opunham a um governo que só se preocupava com as cidades mais próximas de si e com a segurança dos seus alimentos, tudo o resto podia desaparecer que para eles não fazia diferença, desde que não interferisse nos seus planos.

Durante toda a minha infância e adolescência, só vi o exército a entrar na cidade, onde eu vivia, para matar ou prender todos aqueles que eram suspeitos de pertencerem à resistência. Como é que eles sabiam que eram essas as pessoas? Fácil. De vez em quando havia um pequeno grupo que decidia ir tentar a sua sorte nas grandes cidades, só que pouco tempo depois eram apanhados e, sob tortura, revelavam quem mais é que pertencia ao seu grupo que ainda estava na cidade donde eles saíram.

O meu caso era parecido, mas pelos vistos eles, com mulheres, são mais brandos, pois desde que aqui me prenderam ainda ninguém me tinha tocado.

Por esta altura já devem estar a pensar: Quem é esta pessoa que está a falar? Então eu vou-vos elucidar. O meu nome é Aoi Ren, mas todos me tratam só por Ren. Tenho 20 anos e nasci na pequena cidade de Paris. Sim, neste momento Paris não de comparava com as cidades que eram o triplo ou o quadruplo do seu tamanho. Devem-se estar a perguntar o porquê deste nome para quem nasceu na antiga França. Os meus pais eram portugueses, mas esse país está neste momento completamente submerso nas águas do oceano, mas preferiram adoptar um nome japonês.

O melhor será, também, eu descrever-me, para vocês poderem ter uma imagem com quem é que estão a falar. Eu tenho 1,70 cm de altura, e neste momento devo pesar uns 50kg, que para mim é estar muito magra - também com duas refeições ao dia, de uma mistela qualquer que eu prefiro nem saber o que é, durante um mês, faz isto a qualquer um, por mais em forma que eles estejam. Pois eu antes de aqui entrar pesava 70kg de massa muscular. Eu tenho o cabelo castanho-escuro, liso e neste momento está a dar-me pelas omoplatas, quando antes me dava pelos ombros. Os meus olhos são verdes mas, segundo o que vejo, já perderam o brilho que sempre tiveram.

E pronto, já sabem o que é que aconteceu ao planeta neste últimos 50 anos. Já sabem onde eu estou e já sabem quem eu sou. Só falta, agora, contar-vos por que é que vim cá parar.

Para isso preciso de recuar quatro anos.